quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Conhecimento Nos Traz Criticidade



O conhecimento nos traz criticidade, e cada vez se torna mais difícil “engolir” certas coisas que ouvimos ou presenciamos. Nem em pleno carnaval deixo de observar as contradições humanas. Fico indignado com os milhões de reais gastos em todo País, induzindo e estimulando o consumismo de bebida alcóolica, à exacerbação sexual, ao mercantilismo corporal. Se investissem tudo é foi gasto no carnaval no Brasil em Educação quantos poderiam aprender a ler, a escrever, a se tornar sujeito críticos?



E o quanto se gasta com a distribuição de preservativos, pílulas do Dia Seguinte, e testes de Aids? Lamentável!!! Temos que dissociar a ideia que Carnaval com sexo, álcool, drogas, promiscuidade. A verdadeira alegria é consciente!



Imagem quantos milhões o governo gasta no carnaval? E que nesta época são disponibilizadas equipes distribuindo preservativos e testes de HIV, policiamento, enfermeiros, ambulâncias, para atender os casos de embriaguez, violência e acidentes causados por alcoolismo e drogas.



Enquanto isso, milhares de crianças morrem por desnutrição, vivem em condições desumanas, sem educação, sem dignidade. Importante lembrar a crítica feita ao nosso Ministro da Cultura Gilberto Gil, por Temos que lutar especialmente contra o claro apartheid social, que vivenciamos cotidianamente, em todos os locais, como o que assistimos em pleno carnaval: os camarotes vips, os trios elétricos, sempre destinados a elite, e o povo sempre separado por cordas, se tornando uma massa, sempre inferiorizada.



A elite sempre acima do povo, se esquecendo que este povo é quem paga o salário deles, é quem paga a maior parte da festa, pois milhões e milhões do cofre público são investidos ali. E estes merecem ter o mesmo espaço e respeito. Fiquei pensando que um milésimo desse dinheiro que o governo gasta no carnaval fosse destinado a um projeto educativo como que o que utopicamente visualizo. Desde tempos imemoriais, é possível constatar a distância entre a classe dominante e o povo. Parece contraditório falar de igualdade na sociedade da omissão, do descaso, das políticas assistencialistas, do mascaramento, do aparteid social visível.



Conviver no meio político me fez ver de perto e sentir na pele, que erros humanos, politicamente são desumanos, são mascarados, preparados minuciosamente, estrategicamente planejados, ideologicamente traçados, para contemplar o poder. O que dói mais, é assistir tudo isso e ter muitas vezes, as mãos atadas, ter que engolir, mesmo sabendo que não será possível digerir, tanta indiferença, tanta injustiça, tanta podridão.



A classe política é lamentavelmente, em sua grande maioria, a classe da troca constante de favores, de cargos, de interesses pessoais, de privilégios à elite e aos seus, dos falsos méritos. A sociedade dos apadrinhamentos, onde leva vantagem aquele que tem ou contatos políticos, ou troca favores eleitorais.



Competência? Quem dera todos os cargos políticos fossem contemplados por esse mérito. Muitas vezes, assistimos estarrecidos o fascínio humano pelo poder e as mórbidas "necessidades" dele decorrentes. Por hora, meu alento está naqueles que como eu ainda ousam o sonho, a militância, a luta, que conseguem emergir esperanças e forças em meio a toda essa corrupção infindável.



Isso me faz crer que precisamos mais do que nunca mesmo ocupar nosso espaço, lutar pelas causas que acreditamos, “doa a quem doer”, e temos sim, que nos envolver politicamente, pleitear cargos políticos, mostrar que não somos só mais um qualquer na multidão. É hora de olhar a fundo, mostrar que não somos mais “bobos da corte”, que o reinado deles está no fim, que eles não são os soberanos, que a sociedade feudal e o absolutismo acabou há muito tempo. Não podemos mais é nos omitirmos, “porque quando os justos se omitem, os corruptos comandam”.



É claro, que o povo precisa de lazer, de diversão, de alegria, mas vejamos que falsa essa alegria carnavalesca. Acaba o carnaval e a realidade rompe com toda esta ilusória festa, bruscamente. E pergunto o que mudou socialmente? Nada!!! Nos deram um anestésico momentâneo, que nos fez esquecer a dor por alguns dias, mas depois, quando nos damos conta, a ferida social, se tornou ainda maior..

sábado, 2 de abril de 2011

Somos Humanos???



Vivemos numa sociedade cada dia mais desumanizada. Basta ligar a TV e isso se confirma: são as notícias de pedofilia, violência, drogas, corrupção política, os infindáveis atos de violência, abandono, descaso... E me pergunto como fica a “Educação” diante disto?


A Educação a que me refiro é o ato de Educar em sua totalidade, educação familiar, escolar... Enfim, como vem sendo tratada a Educação, em tempos de globalização, tecnologia, competição exacerbada, individualismo, modernismos e tantos outros “ismos” presentes na sociedade capitalista, mercantilista...? Partindo do entendimento de que Educar pressupõe relação humana, diálogo, troca, afetividade, valores éticos, para que esta ocorra necessita-se de respeito. Fico pensando, quais exemplos tem dado a família, a escola e a sociedade para as novas gerações. E não se trata de moralismo, mas de uma carência de valores que são imprescindíveis a todo ser humano. A relação atual entre pais e filhos na maioria das vezes é quase inexistente, cada um buscando seus próprios objetivos, a relação entre amigos muitas vezes é apenas virtual, ou seja, a máquina ultrapassando, ou pior superando a importância do contato humano (do toque, do olho no olho). É necessário provocarmos reflexões acerca do que estamos nos tornando, sobre o que a ideologia vigente, tem nos condicionado a fazer? Até que ponto não estamos nos desumanizando e se deixando inconscientemente desumanizar-se? Até que ponto não estamos nos tornando “animais” quando aceitamos ainda que, sem perceber que sejamos domesticados pela classe dominante, pela mídia, pela tecnologia, pelas ondas da modernidade, da globalização? Não se trata de vivermos alheios a tudo isto, mas não deixarmos que nos tornemos produtos e não produtores de nossas vidas. Não podemos perder nossa subjetividade, nossa capacidade de olhar o próximo, de sensibilidade e indignação, de entender que a vida humana necessita de cooperação, de afeto, de interação, de calor humano, de que precisamos uns dos outros. Fico pensando, que Educação é essa que nos torna cada dia mais alienados, materialistas e gananciosos por “status”, poder. Não podemos perder o que de belo temos, devemos ser razão e emoção. Precisamos entender que Educar é ensinar a ver a vida com olhos humanos, a conhecer a si mesmo, ao universo, para tornamos nossa existência melhor, e o mundo mais humanizado e digno de se viver, ou continuaremos a ser produto social. Eu me nego a ser produto, porque quero e tenho por direito produzir minha própria história. Nego essa desumanização que impera. É urgente uma educação pautada na humanização em tempos onde “Ser Humano” parece coisa de outro mundo. Fico indignada vendo ao trágico, obscuro e doloroso quadro que a própria humanidade pintou. É a guerra dos homens entre si e dentro de si, e por outro lado a revolta da natureza pela guerra indefesa que ela tem sofrido. O quadro cotidiano é de violência, morte, miséria, injustiça, desigualdade, de relações ocas, de uma juventude sem referenciais, de um ser humano desumanizado. Esses são retratos de um mundo que agoniza, onde falta especialmente amor e fé num ser superior. Tamanha fragmentação social é fruto da ganância humana pelo poder.Penso no quão insensível as pessoas têm se tornado, acostumando todo dia a apreciar esse tão obscuro quadro, como se ele fosse uma paisagem natural, se esquecendo que o mundo sendo produto histórico humano pode começar a ser redesenhado, voltar a ter o colorido de uma aquarela. Alienação religiosa, alienação política, social, sexual, a alienação impera! Somos capazes de ultrapassar as barreiras do planeta terra, mas não somos muitas vezes capazes de ultrapassar nossas próprias barreiras, e fazer uma viajem no interior de si mesmos. Somos frutos de uma sociedade materialista, capitalista e individualista. Mas ainda sou capaz de sentir uma dor que corta e queima, e me faz sofrer, e chorar, e sentir na pele, o sofrimento que a população inconscientemente tem sido capaz de suportar a duras penas. Me pergunto para onde caminha essa humanidade? Até quando essa alienação vai conseguir dominar os milhões de oprimidos? Até quando o homem vai permitir se autodestruir e continuar vivendo essa pseudo-felicidade consumista, quantitativa e descartável e continuar suportando tanta barbárie? E nossos governantes que deveriam representar essa classe injustiçada, violentada de todas as formas; que têm feito além de representar seus interesses próprios ou da classe dominante? Como são capazes de dormir tranquilos, cientes dessa situação? Até quando vai imperar tanta alienação? Essas são perguntas que não calam diante de tanto descaso e de uma surdez que paira mesmo diante de “gritos ensurdecedores” de uma sociedade que clama por socorro, que precisa urgentemente de um referencial, de um porto seguro onde passa voltar a ancorar seus sonhos, sua vida, suas esperanças de dias melhores. O que não quero e não posso como educadora e cidadã é continuar apreciando esse quadro todos os dias, eu ouso, usar nele outras cores, retocá-lo com alegria, com amor, com minha paixão pela educação, com diálogo, com democracia, com cidadania e transformar as cores sombrias em luzes capazes de nos presentear com a esperança da aurora

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