

Foi inevitável.
A música soava em um volume alto, mas agradável. Ao ouvir àquele som, rapidamente teve seu pensamento tomado por um único foco: ele.
Seria conveniente dizer que não bastava que fosse ele, mas o momento em que ele a deixou.
Ela permaneceu parada, apenas ouvindo a trilha sonora de todo o sofrimento que ela havia passado diante daquele momento.
Como um trailer, as lembranças estavam reunidas em uma única música, as falas, as lágrimas, o silêncio.
Atônita, envolta ao som que insistia em tocar alto, ela permaneceu minutos intermináveis em transe, tentando, de alguma maneira, se libertar.
Então a música termina, como se apenas um botão tivesse sido apertado, e ela finalmente pôde voltar a si.
Sentiu-se livre e agora acometida por um sorriso meio torto, mas espontâneo e, sobretudo, sincero. Ela, sorrateiramente, havia superado a perda, a mágoa, a dúvida.
Nada mais a incomodava, ela estava feliz, de fato.
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